Uma água turva, amarelada e com odor forte, foi constatado em diversos domicílios. Funcionários do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de São José da Barra, trabalharam praticamente 24h por dia para identificar a causa e tentar solucionar o problema.
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O diretor do Saae, Anderson de Barros, reafirmou o seu comprometimento com a qualidade da água fornecida a toda população barrense, e informou que é realizado todos os procedimentos e quantitativos estabelecidos na Portaria de Potabilidade nº 888 do Ministério da Saúde.
“Devemos lembrar que o planejamento de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) é por muitas vezes readequado conforme imposições naturais como chuvas, nivelação do reservatório, surgimento de algas e outros organismos que serão combatidos de acordo com as necessidades que forem assim surgindo”, citou De Barros.
O Saae está realizando um estudo para diagnosticar o problema, o qual já aponta causas relacionadas ao desgaste do sistema de fornecimento de água, além do surgimento de um fator natural referente a reprodução e morte do mexilhão dourado, que é um molusco bivalve invasor, que vem causando grandes prejuízos para todas as empresas que se utilizam do Lago de Furnas, ponto ao qual é captada a água consumida em São José da Barra, porém é realizado um tratamento para que a água chegue potável aos consumidores.
“Atualmente no tratamento da água é utilizado o PAC (Policloreto de Alumínio), Cloro e Flúor. Os quantitativos são relativos de acordo com a necessidade da água captada. A responsável por todo esse processo é a Técnica do Saae de São José da Barra, Iara Sales Rodrigues, CRQ/MG 024023938, assessorada pela CISAB SUL (Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico do Sul de Minas) e sua equipe técnica composta de químicos e engenheiros sanitaristas”, frisou De Barros.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de um abatimento nas contas de água para as pessoas que foram prejudicadas pela má qualidade da água, o diretor do Saee informou que a autarquia está a disposição da população para analisar caso a caso e atender o que estabelece o Código de Defesa do Consumidor.
A redação do Jornal Folha Regional entrou em contato com a ARISMIG (Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento de Minas Gerais) com sede em Boa Esperança (MG), e a entidade esclareceu que o papel da agência é regular e fiscalizar os serviços prestados pela Autarquia (Saae de São José da Barra).
“Neste contexto, os questionamentos encaminhados possuem ampla relação aos serviços de apoio prestados pelo Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico do Sul Minas (CISAB SUL) ao Saae de São José da Barra. Dessa forma, a agência repassou ao CISAB SUL as dúvidas encaminhadas, buscando esclarecer a toda população de São José da Barra os acontecimentos recentes”, escreveu em nota.
O CISAB SUL, informou que o Saae de São José da Barra vem buscando alternativas para resolução do problema.
“Está sendo realizada a pré-oxidação na água bruta para resolver o problema de odor na água. A água tratada está recebendo uma dosagem adequada de cloro, para que não haja reação entre o elemento cloro e a rede de ferro do município, evitando causar o aumento da turbidez da água. A dosagem de coagulante também está sendo realizada de forma correta colocando a água em condições de ser distribuída”, citou.
Ainda em nota o CISAB SUL, referente a qualidade da água, esclareceu que foi diagnosticado que a quantidade de cloro aplicada estava causando o aumento da turbidez da água, devido a reação entre o cloro e a rede de ferro. O odor característico pode estar relacionado com a mortandade de mexilhões na água bruta e o problema está sendo solucionado com a pré-oxidação e posterior aplicação de ortopolifosfato na água tratada.
“Para o tratamento da água são utilizados os produtos químicos policloreto de alumínio, hipoclorito de cálcio em grânulos e fluossilicato de sódio. Estes produtos são aplicados em concentrações de 0,8 ppm e 1 ppm, garantindo a potabilidade da água, realizados pela Técnica Química do Saae”, informou em nota.
A ARISMIG esclarece que, os usuários que se sentirem lesados, devem primeiramente procurar a ouvidoria do Saae e registrar a reclamação da(s) ocorrência(s), para que o possam analisar cada caso pontualmente. Caso a reclamação não seja solucionada pelo Saae, o usuário com o protocolo de atendimento pode acessar os canais de ouvidoria da ARISMIG e registrar a reclamação junto a agência, encaminhando todas as informações pertinentes a reclamação para que a agência possa intermediar na solução da demanda. Os canais de ouvidoria da agência são através do canal e-ouve, pelo telefone (35) 3851-1277 e pelo e-mail [email protected] .
Vale ressaltar, que os procedimentos de ouvidoria da ARISMIG estão previstos na Resolução n° 012, de 2022, que pode ser acessada no site da agência, link: https://arismig.mg.gov.br/legislacao/resolucoes/resolucao-n-012-de-10-de-novembro-de-2022.