A Secretaria de Saúde de Passos, junto a Vigilância Sanitária e Secretaria do Meio Ambiente, deve iniciar, nesta semana, fiscalizações em estabelecimentos de espetinhos, após denúncias que alguns estabelecimentos estariam comercializando carnes clandestinas no município. Nesta última quinta-feira (05), um supermercado foi notificado com carne estragada e vigilância também deve iniciar fiscalizações em feiras livres do município.
De acordo com o secretário de Saúde de Passos, Thiago Salum, a suspeita é de que as carnes ilegais de algumas espetarias sejam de furtos e abates clandestinos realizados em fazendas da zona rural.
“Estamos recebendo muitas denúncias anônimas de animais que estão sendo abatidos de forma clandestina na nossa região e que suas carnes estariam sendo usadas para abastecer os espetinhos. Não sabemos se é alguém que faz espetinhos e vende para as espetarias, se são fabricações próprias das espetarias ou revendedores de espetos já prontos, mas sabemos que essa carne ilegal está girando no município. Está sem procedência, nota fiscal e fiscalização e isso é muito grave. Estamos no início dos trabalhos, por isso não temos um local em si, um ramo específico, não sabemos onde ou quem, mas isso será levantado com a fiscalização que irá se iniciar”, declarou Salum.
O secretário afirmou que, até o momento, está sendo averiguada a situação, mas o procedimento é fiscalizar, punir e recolher os locais, se e onde proceder essas denúncias. Ele reconhece que o município tem um mercado muito grande de espetaria e é uma tradição local, então afirma que não quer prejudicar ninguém. Segundo ele, a intenção é apenas alertar, tanto os comerciantes quanto a população, que essas denúncias chegaram.
“Existem maneiras adequadas do momento de obter as carnes até o consumo final. Então, estamos alertando os estabelecimentos para poderem adquirir carnes de boa procedência, em locais com autorização, tenham cuidado na armazenação, manejo e preparo e mantenham as notas fiscais. Não sabemos de onde vem essas carnes ilegais e como elas estão armazenadas, mas tememos que pela saúde pública, visto que pode ocorrer uma série de danos à saúde da população de Passos. Sabemos que todo produto de origem animal tem que ter uma procedência de onde veio, como está sendo os cuidados, como foi feita a comercialização e manutenção”, disse.
Por isso, Salum reafirmou que será feito um conjunto de ação de fiscalização com o intuito de averiguar as espetarias do município em relação às origens destas carnes comercializadas em forma de espeto, pois elas devem ter uma origem, notas fiscais e maneiras corretas de armazenamento e preparação.
CARNE ESTRAGADA
Na última quarta-feira (4), a Vigilância Sanitária de Passos recebeu uma denúncia de que uma rede de supermercado de grande porte no município estaria comercializando carne estragada. De acordo com a coordenadora da Vigilância Sanitária, Marta Helena Beraldo de Andrade, após a denúncia, dois fiscais compareceram ao local, sendo encontrados três sacos de rabadas estragados, ainda que a validade estivesse datada para novembro de 2023.
“Essa denúncia foi dada como procedente, notificamos, inutilizamos os produtos, falamos com o gerente e alertamos que, se tiver algum caso em repetição no local, iremos tomar medidas mais drásticas. Tinham somente seis sacos de rabadas, dentro da validade, mas três desses estavam com as carnes estragadas. Isso pode ter ocorrido por algum funcionário ter deixado fora da geladeira e ter armazenado inadequadamente”, declarou.
Segundo Marta, diante de alguma situação semelhante, a população deve denunciar à Vigilância Sanitária pelo número 3521-1405. Segundo ela, a partir da denúncia, fiscais irão verificar in loco para ver se a acusação procede.
Equipe deve reunir para iniciar plano de ação em feiras livres
As Secretarias de Saúde e Meio Ambiente de Passos, junto a Vigilância Sanitária, devem se reunir na próxima semana para discutir plano de ação para fiscalizar as feiras livres do município. De acordo com o secretário de Saúde, Thiago Salum, todo produto de origem animal que esteja à venda deve ter o selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para constatar a boa procedência.
“Produtos como queijo, frango, peixe e demais alimentos de origem animal devem confirmar com a fiscalização. Pedimos à população para estarem verificando esse selo em feiras livres. O selo é um serviço de Passos, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente, que atesta a qualidade e origem do produto. É uma forma de evitar doenças que possam estar entrando na nossa comunidade por esses alimentos. Por isso, vamos fazer várias intervenções para fiscalizar e, quem não estiver com o selo, será notificado, responderá por crime contra a saúde pública e terá todos os produtos apreendidos”, declarou.
Segundo a coordenadora da Vigilância, Marta Helena Beraldo de Andrade, hoje em dia, sua maior preocupação na cidade é com essas feiras, visto que são encontradas várias inadequações. Ela afirma que as vendas de frangos abatidos e colocados em caixas de isopor são um perigo, principalmente, além de alguns doces e pimentas deixadas em garrafas PET, sem estar rotuladas e em recipientes de plástico.
“Se for para pegar um, temos que pegar todos. Estamos alertando agora, junto a Folha da Manhã, que estamos dando um prazo de três a seis meses, dependendo do consenso da reunião, para esses locais se adequarem. A partir deste momento, entraremos em ação”, afirmou.
Marta ressaltou que, dentre os alimentos da feira livre, as pamonhas são consideradas regulares diante das fiscalizações.