A Nestlé anunciou um investimento de R$ 450 milhões até 2028 na expansão de sua fábrica de Nescafé Dolce Gusto em Montes Claros (MG). A unidade, que é a única das Américas e uma das cinco no mundo dedicada à produção das cápsulas da marca, terá a capacidade de produção ampliada em 40%.
O aporte faz parte de um plano maior de R$ 7 bilhões que a companhia fará no Brasil até 2028, consolidando o país — e Minas Gerais, em especial — como um polo estratégico para o crescimento dos negócios da Nestlé na América Latina.
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Minas Gerais como protagonista
Escolhida para abrigar a única fábrica de cápsulas Dolce Gusto do continente americano, Montes Claros reafirma o papel de Minas Gerais como um hub logístico e produtivo para o setor de cafés. Além de atender todo o mercado interno, a fábrica exporta 30% de sua produção para países como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Equador.
A unidade foi inaugurada em 2015 e já passou por duas ampliações. Com a nova fase, que inclui a construção de 7 mil m² adicionais, serão instaladas duas novas linhas de produção, com foco em cafés especiais como cappuccino e latte, além de um novo espaço para envasamento de sachês de café solúvel e áreas de armazenagem e paletização.
Geração de empregos e inovação
A expansão deve gerar 1 mil empregos diretos e indiretos durante as obras, e aumentar em 50% o número de colaboradores diretos na fábrica, passando de 200 para 300. Atualmente, a unidade lança um novo produto a cada 45 dias e conta com mais de 50 sabores no portfólio.
Segundo Valéria Pardal, diretora-executiva de cafés da Nestlé Brasil, o investimento é reflexo do potencial de crescimento do mercado brasileiro de cápsulas. “Hoje, elas representam apenas 8% do consumo de café no Brasil, enquanto na Europa chegam a 35%. Há muito espaço para crescer, especialmente com a tendência de democratização do café de qualidade”, afirmou.
Sustentabilidade como diferencial mineiro
Outro ponto que destaca a fábrica de Montes Claros é seu pioneirismo ambiental. A unidade foi a primeira da Nestlé no mundo a atingir impacto ambiental neutro em três frentes: água, resíduos e emissão de carbono. Isso inclui o uso de água reaproveitada da vizinha fábrica de Leite Moça, o destino correto de 100% dos resíduos e o uso de biomassa gerada por uma floresta própria da empresa em Mirabela (MG).
Além disso, a fábrica utiliza cápsulas com 20% menos plástico virgem, reduzindo em 315 toneladas por ano o uso de plástico, e mantém mais de 300 pontos de coleta para reciclagem em todo o país.
Minas na vanguarda do café global
Com esse novo ciclo de investimentos, Minas Gerais não apenas reforça sua tradição no setor cafeeiro, mas se posiciona como centro de inovação, produção sustentável e exportação de valor agregado no segmento de cafés especiais e cápsulas.
Curiosidade: Embora a marca Dolce Gusto tenha começado no Brasil com cápsulas importadas da Europa em 2009, hoje é a fábrica mineira que abastece toda a América Latina — um salto de inovação que teve Minas como ponto de partida.
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