A partir de janeiro de 2026, pessoas diagnosticadas com fibromialgia passarão a ser oficialmente reconhecidas como pessoas com deficiência em todo o Brasil. A mudança foi estabelecida pela Lei 15.176/2025, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira, dia 24 de julho. A medida representa um avanço histórico na inclusão de milhões de brasileiros que convivem com uma condição crônica, muitas vezes invisível, mas extremamente debilitante.
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A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores musculares e articulares generalizadas, acompanhadas de fadiga intensa, distúrbios do sono, dificuldades cognitivas, tonturas, além de sintomas emocionais como ansiedade e depressão. Embora atinja principalmente mulheres, a condição afeta pessoas de todas as idades e origens. Por ser uma síndrome com sintomas subjetivos e sem causa totalmente conhecida, muitos pacientes enfrentam descrença, falta de diagnóstico adequado e dificuldade de acesso a tratamentos e benefícios.
Com a nova legislação, quem vive com fibromialgia poderá ter acesso a direitos antes reservados apenas às pessoas com deficiência formalmente reconhecida. Entre os principais benefícios estão a reserva de vagas em concursos públicos, a isenção de impostos como IPI, ICMS e IOF para a compra de veículos adaptados, o direito à aposentadoria por invalidez e ao auxílio-doença mediante avaliação médica, além do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para aqueles em situação de baixa renda. A pensão por morte também poderá ser concedida nos casos em que a fibromialgia incapacite o paciente para o trabalho.
O acesso a esses direitos dependerá de uma avaliação individual feita por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, formada por médicos, psicólogos e outros profissionais da saúde. Essa equipe será responsável por avaliar o grau de limitação funcional e social de cada paciente, levando em consideração a sua capacidade de participar das atividades do cotidiano em igualdade de condições com as demais pessoas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) continuará sendo responsável por oferecer tratamento para a fibromialgia, incluindo acompanhamento médico, terapias físicas, psicológicas e medicamentos, conforme a necessidade de cada paciente.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES), relator do projeto que deu origem à lei, celebrou a sanção presidencial, afirmando que a medida corrige uma injustiça histórica com mais de sete milhões de brasileiros que sofrem diariamente com dores crônicas. Segundo ele, a nova lei representa o reconhecimento de uma realidade muitas vezes ignorada: a dor invisível que compromete a vida e a dignidade de milhões de pessoas. Para o senador, o Estado, a partir de agora, passa a tratar esses cidadãos como sujeitos plenos de direitos, com acesso garantido à proteção social, ao trabalho e à inclusão.
A nova regra entrará em vigor em todo o território nacional em um prazo de 180 dias após a publicação, o que significa que a partir de janeiro de 2026 todos os brasileiros com diagnóstico de fibromialgia poderão buscar o reconhecimento legal da condição e, a partir disso, acessar os direitos previstos em lei. A expectativa é que a mudança contribua para combater o preconceito, ampliar o acesso a tratamentos e garantir justiça social para aqueles que há muito tempo esperavam por esse reconhecimento.
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