As exportações de café do Brasil para os Estados Unidos caíram quase pela metade no mês de agosto. A queda aconteceu depois que o governo americano decidiu aumentar a taxa cobrada sobre o café brasileiro, o que deixou o produto mais caro para os compradores dos EUA. Com isso, muitos negócios foram adiados e o volume de sacas embarcadas caiu bastante em comparação com o mesmo período do ano passado.
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Esse aumento da taxa, chamado de “tarifaço”, fez com que o preço do café no mercado internacional subisse mais de 30% em agosto. Mesmo assim, os produtores brasileiros não estão conseguindo vender como antes, porque os compradores estão esperando para ver se essa situação muda. O problema não foi só a tarifa: a produção este ano também foi menor por causa do clima, e ainda houve dificuldades com o transporte e a entrega do café nos portos.
Apesar de alguns contratos de venda já estarem fechados desde o começo do ano, e os embarques continuarem por causa disso, muitos compradores estão mais cautelosos. Eles não estão cancelando os contratos antigos, mas não estão fechando novos por enquanto. E isso preocupa o setor, principalmente para os próximos meses, quando começa a época de exportação da nova safra.
Algumas cooperativas, que enviam parte da produção para os Estados Unidos, informaram que ainda estão conseguindo entregar os cafés negociados no passado, mas também notaram que os compradores sumiram das negociações mais recentes. Os EUA sempre foram o principal destino do café brasileiro, sendo responsáveis por quase um quarto de todas as exportações do ano passado. Por isso, perder esse mercado ou diminuir as vendas para lá representa um desafio enorme para os produtores.
Como o Brasil já exporta para mais de 100 países, não é simples encontrar novos compradores que consigam absorver o volume que normalmente vai para os Estados Unidos. Ainda mais em um cenário em que a produção global está justa e o consumo americano continua firme. Os produtores temem que, no futuro, os compradores dos EUA acabem buscando café em outros países que vendem mais barato, se a situação da tarifa não for resolvida.
As lideranças do setor estão tentando conversar com representantes americanos para buscar um acordo e evitar que essa barreira continue atrapalhando as vendas. Mas, enquanto isso, o clima é de incerteza, principalmente entre os produtores que contam com a exportação como principal fonte de renda.