REGATADA – criança de 12 anos e outros trabalhadores que se encontravam em trabalho análogo à escravidão, são encontrados em MG pelo MTE

Casos de trabalho análogo à escravidão voltaram a ser registrados no Sul de Minas em 2025, especialmente durante a colheita do café. As situações mais recentes ocorreram nas cidades de Machado e Conceição da Aparecida, onde equipes de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram trabalhadores submetidos a condições degradantes.

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Segundo o auditor fiscal Leandro Marinho, os trabalhadores foram encontrados em situações que caracterizam esse tipo de violação, como restrição de liberdade, trabalho forçado, alojamentos precários, ausência de banheiros, falta de acesso à água potável e frentes de serviço sem qualquer estrutura mínima.

Em Machado, dois trabalhadores foram resgatados. Já em Conceição da Aparecida, outro trabalhador adulto foi encontrado em condições semelhantes. Um dos casos mais graves envolveu uma criança de apenas 12 anos, que também foi resgatada.

De acordo com o auditor, o menor exercia atividades perigosas, proibidas pela legislação brasileira, o que representa uma grave violação dos direitos da criança e do adolescente.

— É uma atividade já proibida pela lista TIP [Trabalho Infantil nas Piores Formas], até mesmo para adolescentes entre 16 e 17 anos. Para menores de 16, qualquer atividade é vedada, salvo na condição de aprendiz. (…) Isso configura uma degradação extrema — explicou Marinho.

Problema recorrente

O trabalho análogo à escravidão ainda é um problema recorrente no meio rural, especialmente durante o período da colheita. Segundo o MTE, as vítimas costumam ser trabalhadores em situação de vulnerabilidade social, muitos vindos de outros estados, que aceitam vagas sem contrato, sem garantias trabalhistas e expostos a condições inseguras.

Mesmo com os avanços na fiscalização, o ciclo do café continua sendo uma das épocas com maior número de registros desse tipo de crime no Sul de Minas.

As ações de fiscalização seguem em andamento na região. O auditor fiscal destacou a importância da denúncia, do acesso à informação e da responsabilidade dos empregadores como elementos fundamentais para o enfrentamento desse tipo de violação.