Uma faixa estendida no muro do Cemitério de Passos chamou a atenção da população na última semana. O protesto de alguns passenses é com relação a obra do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III), que provavelmente não será realizada.
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O CAPS III é uma unidade de atendimento especializada que funciona 24 horas por dia, incluindo finais de semana e feriados. Destinado a cidades com população superior a 150 mil habitantes — como é o caso da região de Passos e seu entorno —, o serviço acolhe pessoas em intenso sofrimento psíquico, inclusive casos graves de dependência de álcool e outras drogas. O Ministério da Saúde avalia diversos critérios para a instalação, como a vulnerabilidade social da população e a existência de unidades que operem em regime integral.
Com capacidade para oferecer acolhimento noturno e até cinco leitos, o CAPS III é fundamental para garantir suporte contínuo a quem mais precisa, especialmente num cenário de crescente adoecimento mental. Em 2023, os números de suicídios em Passos aumentaram, reforçando ainda mais a necessidade de reforço na rede de saúde mental.
Mesmo diante desse quadro alarmante, a Prefeitura de Passos devolveu os recursos destinados à implantação do CAPS III. A justificativa oficial, apresentada pelo secretário de Saúde, Randal Vargas, foi a falta de médicos e a necessidade de “aprimorar” as estruturas existentes antes de assumir uma nova unidade.
Movimentos sociais e entidades populares, como o Movimento Brasil Popular, o Levante Popular da Juventude, a Pastoral do Povo da Rua, o Coletivo Providência LGBT+, o Enfrente e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) formaram uma frente antimanicomial em defesa da implantação do CAPS III.