A Justiça de Minas Gerais converteu neste domingo (29) a prisão em flagrante de Dário José de Almeida Júnior, de 28 anos, para preventiva. Ele foi detido no sábado (28) após manter em cárcere privado a esposa e a sobrinha dela, uma criança, por cerca de 10 horas, em Guaxupé, no Sul de Minas. A esposa foi encontrada morta no local após a rendição do suspeito.
A decisão foi tomada após audiência de custódia, na qual o juiz Flávio Branquinho da Costa Dias destacou a “alta periculosidade” de Dário, evidenciada pela “frieza e violência” dos atos cometidos. O magistrado ainda considerou que outras medidas cautelares seriam ineficazes, diante do desrespeito do acusado às regras básicas de convivência social e do risco de reincidência.
Segundo a Polícia Civil, Dário responderá pelos crimes de feminicídio, tentativa de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e extorsão mediante sequestro. Após a prisão, ele foi encaminhado ao Presídio de Guaranésia/Guaxupé.
Crime chocou a cidade
O caso mobilizou a cidade de Guaxupé, de pouco mais de 50 mil habitantes, e causou comoção entre familiares, vizinhos e autoridades locais. A ocorrência teve início por volta das 7h15 da manhã de sábado, quando Dário fez uma videochamada a uma testemunha, confessando o assassinato da esposa e anunciando que estava com a sobrinha da vítima e pretendia matá-la.
Durante a ligação, o suspeito exibiu uma arma de fogo e fez exigências à testemunha, incluindo o posicionamento de viaturas policiais nas esquinas da rua onde morava. Uma das viaturas chegou a ser atingida por disparos. Sem sucesso nas negociações, a Polícia Militar solicitou apoio ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), de Belo Horizonte.
Ainda durante o cerco, o acusado exigiu a transferência de R$ 13 mil para a conta de sua ex-mulher — valor que acabou sendo pago por uma testemunha na tentativa de salvar a criança. Em mensagens de texto enviadas ao negociador do Bope, Dário afirmou ter cometido abuso sexual contra a menina.
Após cerca de 10 horas de tensão, por volta das 17h30, a criança foi libertada com vida. Uma hora depois, o homem se entregou. Ao entrarem na residência, os policiais encontraram o corpo da esposa, Anelise de Carvalho Gomes, já sem vida.
Luto e investigação
O corpo de Anelise foi sepultado na manhã de domingo (29), no Cemitério Municipal de Guaxupé, sob forte comoção popular. Segundo familiares, ela e Dário estavam casados há dois meses, após três anos de relacionamento.
As investigações continuam sob responsabilidade da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Guaxupé. A delegada Mirele Leia Mafra informou que perícias e diligências estão em andamento e o inquérito deverá ser concluído e encaminhado à Justiça em até 10 dias.
A residência do casal apresenta marcas de tiros nas janelas, vestígios da violência vivida no local.
Fonte: g1
