A morte da professora Soraya Tatiana Bonfim, de 56 anos, causou profunda comoção e mobilizou a opinião pública nas redes sociais. O principal suspeito do crime é o próprio filho da vítima, Matteos França, de 32 anos, que confessou o assassinato à Polícia Civil de Minas Gerais. Ele foi preso na última sexta-feira (25), uma semana após o desaparecimento da mãe.
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Soraya foi dada como desaparecida no dia 18 de julho. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, sob um viaduto em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, coberto por um lençol. A vítima estava apenas com uma blusa cinza e sem calcinha. De acordo com a perícia, havia marcas de esganadura, manchas de sangue e indícios de queimaduras nas coxas, levantando a suspeita de que o autor do crime teria tentado simular um estupro para confundir as investigações.
A professora era muito querida na comunidade escolar. Moradora do bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, ela lecionava História no Colégio Santa Marcelina desde 2017, ensinando turmas do 7º e 9º anos. Soraya também coordenava o projeto “Projeto e Cidadania”, voltado à formação crítica dos alunos sobre temas como justiça social e igualdade.
Inicialmente, Matteos foi quem registrou o desaparecimento da mãe, alegando que havia saído para viajar e que ela ficou sozinha em casa, vestida com uma camisola. Ele disse que estranhou a falta de contato e pediu que uma tia fosse até o imóvel, que estava trancado e sem sinais de arrombamento. No entanto, contradições no depoimento despertaram a desconfiança da Polícia Civil, que acabou prendendo o suspeito.
Durante o interrogatório, Matteos confessou ter matado a mãe após uma discussão relacionada a dívidas geradas por jogos online. A polícia também apura se houve premeditação. Segundo as investigações, após o crime, o suspeito colocou o corpo da mãe no porta-malas do carro e o abandonou sob o viaduto em Vespasiano.
Matteos França ocupava um cargo comissionado na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) desde 2021. A exoneração dele foi publicada no Diário Oficial do Estado no sábado (26), um dia após a prisão. Em nota, a Sedese lamentou o ocorrido, afirmou que o crime não tem relação com a pasta e declarou que não compactua com desvios de conduta de servidores.
O advogado de defesa, Gabriel Arruda, informou que ainda não teve acesso ao inquérito e que o depoimento de Matteos foi prestado sem a presença da defesa. “Nos solidarizamos com a perda da professora Soraya, mas é fundamental garantir os direitos do Matteos no curso do processo”, disse o advogado.
A Polícia Civil segue investigando o caso para esclarecer todos os detalhes do crime e avaliar a possibilidade de agravantes, como premeditação e tentativa de fraude investigativa.
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