Uma tragédia devastadora abalou o município de Cambará, no norte do Paraná, na segunda-feira (14/07). Bernardo Gomes de Oliveira, de apenas 3 anos, morreu após sofrer 33 paradas cardíacas causadas pela picada de um escorpião-amarelo, considerado um dos mais perigosos do país.
A fatalidade ocorreu enquanto a família se preparava para ir à casa da avó. Bernardo, enquanto esperava o pai recolher roupas no varal, tentou calçar um tênis que estava secando sobre uma mureta. O que ele e a família não sabiam era que, dentro do calçado, estava o escorpião. Ao ser picado, o menino saiu correndo e gritando de dor.
Levado às pressas ao Hospital Municipal de Cambará às 8h45, Bernardo foi medicado, mas os médicos informaram a necessidade de transferência urgente para a Santa Casa de Jacarezinho, onde seria possível aplicar o soro antiescorpiônico.
A espera pela ambulância foi angustiante. Durante esse tempo, Bernardo começou a vomitar e piorou rapidamente. A liberação para a transferência só aconteceu às 10h17, quase duas horas depois. Segundo o município, o atraso ocorreu porque foi solicitada outra ambulância, equipada de forma mais adequada.
Ao chegar em Jacarezinho, a família se deparou com mais um obstáculo: o hospital não possuía a quantidade suficiente de antídoto. Bernardo recebeu cinco doses, mas, de acordo com os protocolos, seriam necessárias seis. Intubado, ele foi transferido por helicóptero para o Hospital Universitário de Londrina — e os pais não puderam acompanhá-lo no voo.
A morte do menino foi confirmada na tarde do mesmo dia. A família agora pede justiça e cobra esclarecimentos sobre o atendimento, que pode ter custado preciosos minutos para salvar a vida de Bernardo.
Fonte: Jornal Folha Regional
