Minas Gerais reafirma seu protagonismo como o maior polo produtor de cachaça artesanal do Brasil. De acordo com o Anuário da Cachaça 2025, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o estado concentra quase 40% das cachaçarias legalizadas do país, com mais de 500 estabelecimentos registrados e cerca de 2.500 rótulos reconhecidos, reforçando a importância cultural, econômica e histórica da bebida para os mineiros.
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Ao todo, Minas produz cerca de 13,5 milhões de litros de cachaça por ano, o equivalente a 1,125 milhão de litros por mês, considerando apenas os dados da produção formalizada. Esse volume movimenta aproximadamente R$ 600 milhões anuais na economia estadual, segundo estimativas do setor.
Um dos grandes símbolos desse avanço é o município de Lamim, na Zona da Mata, que, com pouco mais de 3 mil habitantes, tornou-se a cidade brasileira com a maior densidade de cachaçarias registradas: uma para cada 323 moradores. São dez estabelecimentos legalizados, número que, proporcionalmente, não é superado por nenhum outro município do país.
“Isso é fruto do trabalho árduo, da paixão e da tradição do mineiro com a produção de cachaça. Com assistência técnica, pesquisa e incentivo para regularização, estamos abrindo portas para que nossas cachaças continuem ganhando o país e o mundo”, afirmou o vice-governador de Minas, Mateus Simões.
O avanço se deve, segundo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), a diversos fatores: clima favorável, tradição passada entre gerações e políticas públicas de apoio, como as oferecidas pelo IMA e pela Emater, que têm incentivado a regularização dos produtores e o aprimoramento técnico das produções.
O secretário estadual de Agricultura, Thales Fernandes, reforça que a cachaça é mais que uma bebida para o estado:
“Ela é um símbolo da nossa cultura e um vetor da economia rural. Minas tem orgulho de ser referência nacional e seguimos trabalhando para fortalecer ainda mais o setor.”
Minas abriga eventos de destaque como a Expocachaça, maior vitrine da bebida no Brasil, que será realizada em Belo Horizonte entre 7 e 9 de agosto, reunindo mais de 2.000 marcas e movimentando cerca de R$ 30 milhões em negócios diretos durante o evento. A feira representa a consolidação de Minas não apenas como maior produtor, mas também como formador de opinião e inovação no setor.
Sul de Minas em crescimento e com rótulos premiados
Além de Lamim, outras regiões de Minas também se destacam. O Sul de Minas, por exemplo, tem ampliado sua presença com cachaças de alto padrão e tradição centenária. Municípios como Guaranésia, Passa Quatro, Alfenas e Januária são referências em alambiques familiares e já possuem rótulos premiados nacional e internacionalmente. A cidade de Januária, inclusive, é conhecida como a “terra da cachaça” e exporta para a Europa e Ásia, com mais de 30 engenhos em atividade.
Futuro promissor para o setor
Para o secretário municipal de Lamim, Juninho Pedrosa, estar no topo do ranking nacional é apenas o começo:
“Queremos fortalecer a imagem da nossa cidade e dos nossos produtores. Vamos apostar no turismo, na identidade regional e na valorização de quem faz da cachaça uma arte.”
Minas Gerais segue, assim, como berço da cachaça artesanal brasileira, unindo tradição e inovação. De pequenos municípios como Lamim a grandes feiras internacionais, o estado mostra que sua cachaça é, mais do que nunca, patrimônio cultural, econômico e afetivo do Brasil.
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