Produtores de café do Sul de Minas estão preocupados com uma decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta terça-feira (9), ele anunciou que vai cobrar uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros que são vendidos para os EUA — e o café está entre esses produtos. A medida começa a valer no dia 1º de agosto.
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Essa notícia causou apreensão entre os produtores e cooperativas da região, porque os Estados Unidos são um dos maiores compradores do café brasileiro. De acordo com o Ministério da Agricultura, o café é um dos principais produtos exportados para os americanos, perdendo apenas para a madeira e outros itens do setor florestal.
A colheita já está em andamento no Sul de Minas, principal região produtora do país. Segundo a Cooxupé, a maior cooperativa de café do Brasil, quase metade (45,4%) da safra já foi colhida até o dia 4 de julho. Mas o andamento da colheita varia bastante de uma região para outra.
O engenheiro agrônomo Caio Sérgio Santos e Oliveira, do sistema Faemg-Senar, explicou que, no geral, cerca de 40% da safra de Minas já foi colhida. Regiões mais baixas, como Alto Paranaíba e o Cerrado, estão mais adiantadas, com até 50% da colheita feita. Já no Sul de Minas, há áreas com apenas 25% a 30% colhidas.
Além disso, o clima deste ano atrapalhou o desenvolvimento do café. Segundo o agrônomo, está sendo necessário entre 550 a 600 litros de café em coco para fazer uma saca de café beneficiado — ou seja, o rendimento está abaixo do normal. Os grãos estão menores, e ainda é cedo para saber quanto será a produção total, mas a expectativa é que seja menor do que a esperada no começo do ano.
Sobre a nova taxa dos EUA, Caio Sérgio explica que a medida pode afetar toda a cadeia do café, ou seja, desde quem planta até quem vende. “Alguns produtores vão sentir mais, outros menos. Mas os principais problemas devem ser o aumento do preço para o consumidor lá fora e o aumento dos custos para o produtor aqui no Brasil”, explica.
Mesmo com a preocupação, o agrônomo acredita que a procura pelo café brasileiro deve continuar boa. “A demanda pelo nosso café continua firme. O consumo mundial segue crescendo. Os preços não estão nos melhores níveis, mas ainda são razoáveis para o produtor”, finaliza.
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