Você já viu, provou ou pelo menos ouviu falar do doce mais desejado das últimas semanas: o morango do amor. Com seu visual hipnotizante e sabor viciante, o bombom de morango envolto em brigadeiro de leite ninho e uma camada brilhante de açúcar cristalizado virou febre nas redes sociais e ganhou o país.
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Mas em meio a tantas cópias e releituras, poucos sabem: esse doce tem dona. E o nome dela é Cláudia Maria Nicoleti, uma confeiteira batalhadora que vive em Senador Amaral, uma pequena cidade no alto da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais.
Foi lá, durante o Festival de Inverno da cidade, que Cláudia apresentou seu doce pela primeira vez em um concurso culinário — e venceu. Mas foi só depois da vitória que o que parecia um simples bombom virou um verdadeiro fenômeno nacional.
De faxineira à criadora de tendência
Cláudia começou a fazer doces há apenas quatro anos, depois de perder o emprego de faxineira durante a pandemia. Sem saber, foi criando em casa a receita que mudaria sua vida — inspirada pela filha de 10 anos, apaixonada por morango com brigadeiro.
“Todo sábado ela pedia. Aí fui testando: brigadeiro de leite em pó, calda quente… Foram muitas tentativas até chegar nesse brilho e nesse derretimento na boca. A internet mostra o glamour, mas não mostra a mão queimada nem o dedo quase perdido”, brinca Cláudia, que hoje vende o doce nas ruas da cidade.
O nome veio de uma cliente — e pegou
Assim como a receita, o nome também nasceu no improviso. “Foi uma cliente que provou e falou: ‘isso é um morango do amor!’. Na hora eu ri, mas ficou. E virou minha marca”, conta.
Com o sucesso, surgiram novas versões: morango com brigadeiro de maracujá, bicho de pé, beijinho… E outras pessoas também tentaram surfar na onda, criando versões com milho, kiwi, torresmo (!) e até picanha. Mas para Cláudia, a receita original tem um DNA claro: é dela.
“Eu fico feliz de ver que o doce espalhou. Mas eu também gosto de lembrar que ele nasceu aqui, das minhas mãos. O morango do amor tem dona, e sou eu”, diz com orgulho.
40 doces por dia, centenas de pedidos e um sonho grande
Trabalhando sozinha, Cláudia consegue produzir cerca de 40 doces por dia — bem menos do que a demanda. Os morangos vêm da propriedade do marido, Juliano Rodrigues, e os doces são preparados um a um, com paciência e precisão.
Com a repercussão, Cláudia agora sonha mais alto: abrir sua própria doceria. “Ganhar o concurso foi um sinal. A gente passa tanto tempo só sobrevivendo que esquece de sonhar. Agora, eu quero mais. Quero um espaço meu, com meu nome, com meus doces.”
Senador Amaral tem pouco mais de 6 mil habitantes, mas é hoje o berço de um dos doces mais falados do Brasil. E quem quiser saber de onde veio o “morango do amor”, agora já sabe: das mãos de uma mulher simples, criativa e persistente, que transformou a dificuldade em doçura — e assinou sua criação com sabor e coragem.
Crédito: G1 Sul de MInas
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