Os pescadores de Passos e região relatam dificuldades para sobreviver da atividade pesqueira devido à queda acentuada na população de peixes no Rio Grande. Espécies como dourado, pacu caranha, corimba e pintado, antes comuns na região, praticamente desapareceram nos últimos anos, segundo relatos da categoria.
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A principal causa, apontada pelos trabalhadores e pela Associação dos Pescadores de Passos e Região, seria a paralisação da estação de piscicultura da Usina Hidrelétrica de Furnas, inativa há cerca de cinco anos. O espaço era responsável pela soltura de alevinos no lago, garantindo o repovoamento e a manutenção da atividade pesqueira.
O presidente da associação, João Batista Rodrigues, destacou que a interrupção do programa comprometeu o ciclo natural das espécies.
“Ou fazia em laboratório ou fazia a escadaria para o peixe subir e desovar. O peixe de piracema precisa de correnteza. Hoje a gente tem falta desse peixe. O laboratório não funciona mais. Não há registro de que Furnas soltou peixe nos últimos anos”, afirmou.
Ação na Justiça
Diante do cenário, a associação entrou com uma ação judicial solicitando a retomada imediata da produção e soltura de alevinos pela usina. Além disso, os pescadores reivindicam indenização para investir em uma sede própria da entidade e fortalecer a luta da categoria.
Impactos ambientais e sociais
O secretário-executivo da Associação dos Municípios do Lago de Furnas, Fausto Costa, ressaltou que o problema vai além da economia dos pescadores.
“A estação de piscicultura de Furnas foi inaugurada em 1975 e, por muitos anos, produziu alevinos de espécies nativas, garantindo a sustentabilidade da pesca e a biodiversidade na região. Infelizmente, essa atividade deixou de existir, causando prejuízos ambientais, econômicos e sociais”, destacou.
Enquanto a questão não é resolvida, os pescadores seguem enfrentando incertezas e dificuldades para manter o sustento de suas famílias.
Furnas
A empresa informou que não vai se manifestar sobre o assunto, mas enviou uma nota em que reforça o compromisso com a conservação dos peixes na bacia do Rio Grande, afirmando que mantém ações alinhadas aos órgãos ambientais competentes.
Fonte; G1
