A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, em um relatório inédito, que cerca de 100 pessoas morrem a cada hora no mundo por causas relacionadas à solidão. Além disso, o documento coloca a “saúde social” como prioridade global e aponta que a falta de conexão aumenta o risco de doenças graves e morte precoce.
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O estudo, elaborado com dados de 2014 a 2019, afirma que estar desconectado socialmente pode ser tão prejudicial quanto fumar, ser sedentário, lidar com obesidade ou respirar ar poluído. Dessa forma, a OMS reforça que a solidão deixou de ser apenas um mal-estar emocional e passou a representar um problema de saúde pública.
Segundo o relatório, a “saúde social” envolve não apenas o tamanho da rede de relacionamentos, mas também o apoio recebido e a qualidade das relações. Por outro lado, ter muitos contatos não significa estar verdadeiramente conectado. Assim, conexão social, isolamento social e solidão são conceitos diferentes e precisam ser compreendidos separadamente.
A solidão pode ser transitória, surgindo após mudanças importantes, ou crônica, quando se prolonga por anos. É essa última que mais preocupa a OMS, já que mantém o corpo em estado constante de alerta, elevando níveis de cortisol, pressão arterial e inflamação. Com isso, aumenta o risco de doença cardíaca coronariana, AVC, diabetes e outros problemas crônicos.
O impacto não é apenas físico. A solidão prolongada também favorece ansiedade, depressão, desesperança e baixa autoestima. Além disso, pode estimular comportamentos prejudiciais, como consumo excessivo de álcool, má alimentação, sedentarismo e uso compulsivo de telas.
Os dados mostram que adolescentes e jovens adultos são os que mais relatam solidão, enquanto idosos enfrentam maior isolamento social. A prevalência global entre 2014 e 2023 foi de 15,8%, equivalente a uma em cada seis pessoas. Em países de baixa renda, esse índice é ainda maior.
Países como Japão, Reino Unido e Estados Unidos já tratam a solidão como questão de saúde pública, criando cargos e programas específicos. No entanto, apenas 4,1% dos Estados-membros da OMS têm políticas nacionais voltadas ao tema. Por isso, a organização recomenda que ações de convivência, pesquisa e financiamento sejam ampliadas.
No cotidiano, a solidão aparece em situações comuns: no jovem que passa horas nas redes sociais sem vínculos reais, no idoso sem contato frequente, ou em quem vive em grandes cidades sem conhecer os vizinhos. Dessa forma, a OMS reforça que a responsabilidade de enfrentar o problema é coletiva e envolve políticas públicas, escolas, ambientes de trabalho e espaços de convivência.
Ainda assim, pequenas atitudes individuais podem fazer diferença: retomar uma amizade, participar de grupos comunitários, buscar apoio profissional e cultivar vínculos saudáveis. Por fim, a OMS lembra que solidão não é frescura, mas um sinal de alerta que precisa ser levado a sério. Cuidar de conexões humanas é também cuidar da saúde.

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