Um adolescente de 15 anos relatou ter sido violentamente agredido na madrugada deste sábado (15) enquanto voltava para casa, em Carmo do Rio Claro, no Sul de Minas. A família procurou o Portal Onda Sul e, com exclusividade, o jovem e a mãe contaram como tudo aconteceu e descreveram a sensação de medo e desamparo vivida durante a ação dos suspeitos.
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Segundo o adolescente do gênero feminino, mas que se identifica com o gênero masculino em transição, havia passado parte da noite na casa da namorada e seguia sozinho pela rua, para encontrar com uma amiga, e juntos irem embora, quando um carro o abordou perto da casa Mafra. Dois homens teriam oferecido dinheiro em troca de seu celular. No entanto, ao perceber que a situação era suspeita, o jovem recusou e continuou caminhando.
Ainda conforme o relato, os homens deram a volta com o veículo e retornaram pela rua abaixo, momento em que o adolescente percebeu o perigo e ligou para a namorada pedindo ajuda. “Minha pressão começou a cair. Eu fiquei muito nervoso. Quando vi que algo estava errado, liguei para ela e pedi para abrir o portão”, contou.
Ele afirma que foi cercado pelos suspeitos, que um desceu do carro e correu atrás dele. Nesse momento, um dos homens o agarrou pelo quadril e o jogou com força, fazendo com que ele batesse a cabeça. Em seguida, o agressor teria o segurado pelo pescoço, exigindo o celular, que já havia quebrado com o impacto, e tentando colocá-lo dentro do veículo.
O adolescente disse ainda que chegou a desmaiar por alguns instantes e acordou com o agressor tirando sua blusa, na qual foi levada pelo suspeito, segundo a vítima. Ao recobrar a consciência, gritou pela namorada, que abriu o portão da casa. Com isso, ele conseguiu correr até a residência, mesmo desorientado e ferido. Os suspeitos só recuaram após o pai da namorada se aproximar e intervir.
A mãe do adolescente relatou o impacto ao ver o filho ferido e desamparado. “Quando me contaram, achei que era brincadeira. Mas, quando percebi a gravidade, senti uma impotência enorme. Como alguém faz isso com um jovem, sem saber quem é? Levei para fazer corpo de delito e chamamos a polícia”, disse. Ela afirmou que o menino é “um ótimo filho e trabalhador”, e reforçou a dor de vê-lo sofrer uma violência tão grave.
Além disso, a família informou que o jovem foi levado ao hospital em Alfenas, onde passará por tomografia, devido às fortes dores na cabeça provocadas pela agressão.
“Meu filho gritou por socorro e não teve socorro. Agora queremos o apoio da Justiça”, suplicou a mãe.
O jornalista e representante da comunidade LGBTQIAPN+, Paulo Otávio, também se manifestou à reportagem, destacando que episódios de violência revelam a urgência de políticas públicas, orientação nas escolas e ações de conscientização para evitar novos casos: “Nossa cidade precisa discutir esse tema com mais responsabilidade. Pessoas trans existem e precisam de acolhimento e respeito”
A Polícia Militar foi acionada após a agressão e o adolescente passou por exame de corpo de delito. As investigações seguem em andamento com os órgãos competentes. Nossa redação segue acompanhando o caso.












