Com mais de 120 dias sem chuvas em boa parte de Minas Gerais, as queimadas estão se intensificando e prejudicando o fornecimento de energia elétrica no estado, além de causar danos à flora e fauna.
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“As chamas danificam equipamentos – como postes, cabos e torres – e tornam o restabelecimento do serviço mais demorado, o que pode trazer transtornos para os clientes das distribuidoras”, descreve o engenheiro de Sustentabilidade da Cemig, Demetrio Aguiar, explicando como as queimadas prejudicam o sistema elétrico da companhia e causam interrupção no fornecimento de energia elétrica para os clientes.
Além disso, ele destaca que, normalmente, as queimadas são feitas em locais de difícil acesso, o que torna complicado o trabalho das equipes de manutenção da companhia, dificultando o restabelecimento do serviço à população.
“Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para fazer o reparo. Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas rurais muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas, torna ainda mais complexa a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, explica Aguiar.
Em relação ao primeiro semestre, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) teve um acréscimo de 10 mil unidades consumidoras interrompidas por incêndios. Somente na RMBH, a Cemig registrou mais de 15 mil clientes prejudicados em 24 ocorrências em julho. Mas a região que teve o maior salto foi a Zona da Mata, que teve pouco mais de 66 mil consumidores interrompidos apenas em julho.
Perigos
Para ressaltar os problemas causados pelas queimadas e buscar conscientizar a população do risco da prática, a Cemig realizou um experimento no Laboratório de Ensaios Elétricos de Alta Tensão (Leatep), na base localizada no Anel Rodoviário, em Belo Horizonte.
Em ambiente controlado, especialistas da companhia simularam uma queimada sob linha de alta tensão, como explica o técnico do Sistema Elétrico da Cemig, Vitor Daniel Bento Lima.
“Na simulação feita no Leatep, a tensão aplicada foi sendo gradativamente aumentada até o sistema de proteção agir e desligar a linha para evitar problemas maiores”, explica.
Queimada é crime
Além de deixar hospitais, comércios e escolas sem energia, realizar queimadas pode ser considerado crime com pena de reclusão.
De acordo com o art. 41 da Lei 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é tipificado como crime ambiental, que pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa. Além disso, é proibido o uso de fogo em áreas de reservas ecológicas, preservação permanente e parques florestais.
Sabendo da importância de unir esforços para combater as queimadas em todo o estado, a Cemig e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) estão juntos em campanha para conscientizar a população sobre o tema.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados mais de 16 mil focos de incêndios em Minas Gerais.
Em caso de incêndios, a Cemig (116) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser avisados o mais rápido possível.