“Qualidade ou estado de feliz; estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar.” Esta é a definição do dicionário Oxford Languages, um dos mais conceituados do mundo, para a palavra: felicidade. Os debates a respeito do significado real deste termo, no entanto, são permeados por questionamentos e impasses. A felicidade seria utopia ou realidade?
Para celebrar o Dia Internacional da Felicidade, comemorado nesta segunda-feira (20), o levantamento “Global Happiness 2023”, realizado em 32 países pela Ipsos, empresa de pesquisa e de inteligência de mercado, revelou que o Brasil é a nação mais feliz da América Latina e a quinta colocada do ranking mundial, atrás apenas da China (91%), Arábia Saudita (86%), Holanda (85%) e Índia (84%). Na outra ponta, os “mais tristes” são os húngaros (50%), sul-coreanos (57%) e poloneses (58%).
A base do estudo, que ouviu 22.508 entrevistados no mundo, permite entender que oito em cada dez brasileiros (83%) afirmam “estar felizes”. Os dados do Brasil são superiores à média mundial, que é de 73%. Se levarmos em consideração os indicadores de 2021, percebe-se que o país saltou 20 pontos percentuais (de 63% para 83%), ficando atrás apenas de Colômbia, Chile e Argentina, que apresentaram crescimento de 26 pontos no mesmo período.
“O nível de felicidade não está apenas ligado à confiança na economia, embora exista uma correlação muito clara nisso, mas também está associado à satisfação com vários aspectos da vida. No Brasil, a gente percebe, por exemplo, alta satisfação com o relacionamento amoroso, com os amigos e com a posse de bens materiais,” explica Priscilla Branco, Gerente Sênior de Pesquisas de Opinião Pública e Reputação Corporativa da Ipsos.
O recorte dos últimos 10 anos revela que o ponto mais baixo da série foi em 2017, quando o país atingiu 56% do indicador. Já entre os anos de 2019 e 2021, o índice ficou na casa dos 60%, nunca acima de 63%. “O nível de felicidade no Brasil voltou a crescer após dois anos, o que mostra uma recuperação pós-pandemia,” enfatiza Priscilla.
Branco também destaca que o último resultado mostra uma diferença de crescimento de 2 pontos percentuais em relação a maio de 2013. “A última vez que registramos um nível tão alto de felicidade declarada, como os 83%, foi em maio de 2013, em que 81% da população brasileira se dizia feliz ou muito feliz.”
Outro olhar
Todo esse estado de contentamento, no entanto, não foi detectado no Relatório Mundial da Felicidade, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o estudo divulgado nesta segunda (20), o Brasil ficou na 49ª colocação do ranking mundial, ao cair 11 posições desde o último levantamento. A pesquisa ainda mostrou que entre as nações da América do Sul, o país está atrás do Uruguai, Chile, Nicarágua e Guatemala.
O relatório, publicado pela primeira vez em 2012, considera as avaliações das próprias pessoas sobre sua situação, bem-estar econômico e indicadores sociais. A Finlândia foi considerada como o país mais feliz do mundo pelo sexto ano consecutivo. Os países do norte da Europa completaram o pódio dos mais felizes, com a Dinamarca em segundo e Islândia em terceiro. Em contrapartida, o Afeganistão continuou no último lugar do ranking, posição que ocupa desde 2020.
Fonte: O Tempo