O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que três regiões do Brasil devem encerrar o mês de abril com os níveis de reservatórios acima de 80%. Os dados, que constam no boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), mostram uma projeção para o Sudeste/Centro-Oeste de 85,7%. Caso o resultado se confirme, este será o maior volume para abril desde 2011, quando o indicador marcou 87,8%. Para o Nordeste e o Norte, a expectativa é atingir de 89,6% e 99,9%. Já o Sul deve registrar 78,1%.
De acordo com o ONS, em março, a Energia Armazenada (EAR) atingiu os melhores patamares em mais de uma década. O Sudeste/Centro-Oeste encerrou o mês anterior com 83,1%, volume mais elevado nos últimos 16 anos. No Sul, o percentual foi de 82,9%, índice não registrado desde março desde 2016. Para o Norte e o Nordeste, os resultados foram de 97,7% e 91,2%, respectivamente.
Os indicadores em níveis positivos influenciaram para que a Agência Nacional de Energia Elétrica mantivesse a bandeira tarifária verde acionada em abril – ou seja, as contas de luz seguiram sem cobrança adicional. Segundo a agência, o “patamar reflete as condições favoráveis de geração de energia no país, da melhoria dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas por conta das chuvas, e deverá ser mantido nos próximos meses.”
A Aneel também afirmou que a previsão é de que o período de chuvas se encerre com alto grau de armazenamento nas hidrelétricas, com patamares próximos a 90%. “Essa condição traz uma perspectiva otimista para a composição da oferta de energia também durante o período seco. Com os dados até aqui realizados, se considera bastante provável o acionamento da bandeira verde para todo o ano de 2023”, informou.
Com a decisão, completará um ano que a bandeira verde está acionada para todos os consumidores conectados ao sistema elétrico nacional. O patamar está em vigor desde 16 de abril de 2022, após meses da cobrança da “bandeira escassez hídrica”, criada por conta da grave crise hídrica que o País enfrentou em 2021.
Bandeiras tarifárias
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 para indicar os custos da geração de energia no País aos consumidores e atenuar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia.
Antes, o custo da energia em momentos de mais dificuldades para geração era repassado às tarifas apenas no reajuste anual de cada empresa, com incidência de juros. No modelo atual, os recursos são cobrados e transferidos às distribuidoras mensalmente por meio da “conta Bandeiras”.
A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, significa que o custo para produzir energia está baixo. Já as bandeiras amarela e vermelha 1 e 2 representam um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está relacionado principalmente ao volume dos reservatórios.
Fonte: O Tempo
