A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra as proprietárias de um supermercado em Alfenas, após terem praticado atos contra uma mulher suspeita de ter furtado mercadoria no estabelecimento. O caso ocorreu em 6 de novembro de 2022 e ganhou grande repercussão devido a um vídeo que mostrava a abordagem e a forma como as proprietárias trataram uma mulher, que foi levada a uma sala, revistada e humilhada.
O advogado e presidente do ICDH, Vander Cherri, explicou que os advogados do instituto estão acompanhando a suspeita no processo e que a forma como o caso ocorreu evidencia o racismo estrutural no Brasil. Além dos crimes tipificados na denúncia, a defesa acredita que ocorreram constrangimento ilegal, crime de dano qualificado, roubo e injúria, e estuda uma maneira de fazer com que as rés também respondam por esses crimes.
O presidente do ICDH ressalta que o caso reforça a necessidade de debates sobre a eliminação do racismo e discriminação racial, envolvendo todos os agentes da sociedade, incluindo o setor privado. A proibição da discriminação racial está consagrada em todos os principais instrumentos internacionais de direitos humanos e na legislação brasileira.
O advogado Ricardo Grechi, que representa as proprietárias do supermercado, afirmou que sua parte só se pronunciará nos autos durante o curso do processo.
Fonte: O Alfenense