Uma forte onda de calor atingiu Minas Gerais nos últimos dias e provocou recordes de temperatura, com termômetros chegando a 44,8°C e batendo a marca de dia mais quente no histórico de medições do país. O fenômeno deixou o Estado no último domingo (19 de novembro), com a chegada da chuva, que trouxe alívio aos mineiros. Mas engana-se quem pensa que esse será o último episódio de calor acima da média neste ano. Especialista estima que o fenômeno deve atingir boa parte do país até fevereiro.
Novas ondas de calor vão ocorrer nos próximos meses, não só em Minas como em todo o Brasil. Desde agosto, o El Ninõ a temperatura da água do oceano pacífico está em 28ºC, com anomalia de 3ºC graus acima do normal. Isso deve ocorrer até o mês de fevereiro. Ainda não é possível estimar se a temperatura vai aumentar ainda mais”, aponta o professor de climatologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais(IFMG), Fúlvio Cupolillo.
O especialista explica que a onda de calor é comum em anos sob atuação do El Ninõ, que provoca aumento das temperaturas nas águas do Oceano Pacífico e causam seca extrema em boa parte do país. Em Minas, o fenômeno provoca termômetros acima da média e baixa umidade do ar. Segundo o especialista, em atuação nos últimos meses, o El Ninõ deve atingir seu ápice em dezembro, com a chegada do verão que vai contribuir para novas ondas de calor. “Em dezembro a temperatura pode aumentar, principalmente com a chegada do verão, então devemos ter alguns dias de calor maior”, avalia.
Cupolillo afirma que a onda de calor ocorre quando a temperatura fica 5°C acima da média. Ele ressalta, no entanto, que o fenômeno ocorre em um período de três a quatro dias consecutivos a cada mês. Com isso, ele avalia que o Estado pode enfrentar três períodos de calor até fevereiro, quando o El Ninõ perde força. “Durante o mês de janeiro o cenário se repete e podemos ter dias quentes como aconteceu agora em novembro. Isso dura cerca de três a quatro dias consecutivos. Em fevereiro temos o veranico, que é um período seco dentro da estação chuvosa. Se uma onda de calor coincidir com o período de ocorrência do veranico aí a situação piora”, alerta.
Para aqueles que não gostam das altas temperaturas causadas pelo El Ninõ, o professor do IFMG conta que o fenômeno já tem data para acabar. “Historicamente o El Ninõ deixa de atuar entre o final de março e o final de abril. E é em março que a meteorologia começa a ter evidências para projetar se no próximo ano teremos atuação de El Ninõ ou de outros fenômenos, como a La Ninã”, conta.
Fonte: O Tempo
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