Quase metade dos municípios mineiros têm menos de um médico por mil habitantes. Em todo o estado, apenas 8% das prefeituras atingem a meta recomendada pela OCDE de 3,5 médicos por mil habitantes; apenas 69 cidades alcançam esse padrão.
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Os dados mostram que cerca de 44% dos municípios convivem com menos de um médico por mil pessoas. Em muitos lugares do interior, a atenção básica acaba funcionando como pronto-socorro improvisado, mesmo sem ter estrutura adequada.
Estado de Minas Gerais:
Atualmente, o estado apresenta uma média de aproximadamente 3,46 médicos por mil habitantes — crescimento recente, resultado de aumento de 85% no número total de médicos em 13 anos CRMMG. Ainda assim, esse valor fica abaixo dos países da OCDE e abaixo da média nacional de 2,56 médicos por mil pessoas em 2022.
Capitais e interior:
Apesar de o total de médicos crescer, a distribuição é muito desigual. Nas grandes cidades, como a capital, a densidade médica chega a quase 10 médicos por mil habitantes; já no interior, o número cai para cerca de 2,6 médicos por mil.
Regiões do Sul de Minas Gerais:
Na região de Passos, a média é de 2,64 médicos por mil habitantes, um pouco abaixo da média do estado.
Regiões como Vespasiano/Lagoa Santa têm cerca de 1,83 médicos por mil pessoas, e outras cidades como São João del‑Rei, Três Corações e Teófilo Otoni apresentam taxas entre 1,79 e 1,98.
Esses índices colocam o Sul de Minas entre as áreas com menor cobertura médica no estado, especialmente fora dos centros urbanos mais desenvolvidos.
Panorama do problema
Subnotificação de profissionais: cidades pequenas muitas vezes aparecem com zero médicos registrados, mesmo quando há atendimento de unidades básicas.
Excesso de carga sobre a atenção primária: consultas agendadas, atendimentos de urgência e até tratamentos de doenças graves acabam concentradas nos postos básicos, que não contam com estrutura hospitalar.
Dificuldade de encaminhamento: transporte é um problema, especialmente em estradas longas e sinuosas. O hospital de referência pode estar a muitas horas de distância, prejudicando o acesso a cuidados mais complexos.
Consequências para a população
A falta de médicos e de especialidades médicas compromete a qualidade da atenção à saúde.
Sem clínico geral, ginecologista ou pediatra fixos, pacientes acabam sem encaminhamentos adequados.
Municípios têm de improvisar atendimentos ou prolongar permanência em unidades sem suporte, o que eleva o risco de complicações.
Para reverter esse cenário, especialistas apontam várias medidas importantes:
Planejamento na formação e fixação de médicos, com incentivos ao trabalho em áreas remotas e melhoria das condições de trabalho.
Aumento de vagas em cursos de medicina e oferta de mecanismos regionais de atração de profissionais.
Melhor estruturação das redes de referência, para garantir transporte e acesso ao hospital em emergência.
Governança com monitoramento eficiente, para evitar erros de cadastro e orientar investimentos com base em dados reais.
Apesar de Minas ter aumentado o número de médicos nos últimos anos, a distribuição ainda é muito desigual. O interior do estado, em especial o Sul e regiões pequenas, sofre com a falta de profissionais: quase metade dos municípios tem menos de um médico por mil habitantes. O acesso à saúde básica e especializada continua prejudicado, exigindo ação integrada do governo e políticas direcionadas para garantir atendimento de qualidade em todo o estado.
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