Torcidas organizadas do Atlético-MG e Cruzeiro sofrem penalidade do Ministério Público
Curiosamente, na data do incidente, as equipes de Atlético Mineiro e Cruzeiro jogavam simultaneamente, porém em locais distintos, evidenciando que a violência extrapolou o contexto esportivo.
Em uma medida sem precedentes, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) emitiu uma recomendação, acatada pela Federação Mineira de Futebol (FMF), para banir as torcidas organizadas Galoucura, do Atlético Mineiro, e Máfia Azul, do Cruzeiro, dos estádios de futebol por um período de dois anos.
Esta decisão vem na esteira de um trágico evento onde um torcedor do Cruzeiro foi fatalmente atingido e outros três homens ficaram feridos em um confronto que ocorreu na Avenida do Barreiro, em Belo Horizonte, longe de qualquer estádio de futebol. Curiosamente, na data do incidente, as equipes de Atlético Mineiro e Cruzeiro jogavam simultaneamente, porém em locais distintos, evidenciando que a violência extrapolou o contexto esportivo.
As restrições impostas às torcidas incluem:
A proibição de frequentar os estádios em todo o território nacional em dias de jogo, além de uma zona de exclusão de cinco mil metros ao redor dessas arenas. Esta medida visa erradicar a presença e influência dessas torcidas, conhecidas por seu fervor, mas agora marcadas pela violência.
Proibido o uso, porte e exibição de quaisquer itens que possam identificar as torcidas, como vestimentas, faixas, bandeiras e instrumentos musicais, nos estádios ou em suas proximidades durante os dias de jogos.
A Galoucura, já familiarizada com sanções anteriores, incluindo uma punição de um ano seguida por outra de três meses em 2022 e 2023, enfrentará agora um banimento temporário até 4 de março de 2026. Por outro lado, a torcida Máfia Azul do Cruzeiro, também banida até março de 2026, terá o novo período de banimento estendido de 15 de março de 2026 até 15 de março de 2028, impondo um hiato significativo na sua presença nos eventos futebolísticos.
Em resposta à crescente preocupação com a criminalidade relacionada ao futebol, o promotor de justiça Fernando Abreu propôs à Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais a formação de um grupo especializado dentro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPMG. Este grupo terá a missão específica de combater a violência e criminalidade associadas aos eventos de futebol, buscando assim garantir a segurança e a integridade dos torcedores e da sociedade em geral.
“Os clubes de futebol e as Sociedades Anônimas do Futebol (SAF’s) devem adotar procedimentos internos para que torcidas organizadas, nitidamente associadas à prática de violência, sejam coibidas de utilizar símbolos e escudos para evitar sanções na esfera desportiva, haja vista a responsabilidade civil objetiva prevista na Lei Geral do Esporte”, afirmou.