Em Boa Esperança, após de ofensas raciais ocorrida na última sexta-feira (26), levou uma moradora a deixar sua própria casa. A vítima, identificada como Keila, foi forçada a tomar essa medida drástica devido às ações de um vizinho, que a atacou com comentários racistas e injuriosos.
O episódio começou quando o homem identificado por Célio dirigiu insultos racistas ao síndico do prédio por meio de mensagens e áudios enviados via aplicativos de mensagens. As reclamações dos moradores parecem ter sido o estopim para essa série de mensagens repletas de preconceito racial.
“Pago meu aluguel em dia! Se você ficar incomodado com essas desgraçadas, me tira daqui, entra na justiça e me tira, tá bom? Agora não me manda mais recado que essas desgraçadas, essas feias, são duas pretas, duas pretas feias, esse povo que ninguém quer saber, preta feia, vou repetir, preta feia, preta feia, me tira daqui…”, foram algumas das palavras ofensivas proferidas por Célio.
Além de Keila, outra moradora, Marluce Oliveira, também foi mencionada no áudio do suspeito. Ela reside na casa ao lado do prédio onde ocorreram as ofensas raciais e expressou seu choque diante da situação. Marluce ressaltou que, embora nunca tivesse experimentado o racismo pessoalmente, agora percebe como esse problema está mais próximo do que ela imaginava.
Se o crime for definido como racismo ou injúria racial, a lei brasileira prevê a prisão da pessoa, sendo inafiançável e imprescritível, de acordo com a Lei 14.532 de 2023. No entanto, surpreendentemente, o suspeito foi ouvido pela polícia e posteriormente liberado. As razões para essa decisão não foram divulgadas, mas a polícia afirmou estar investigando o caso de forma rigorosa.
A advogada de Keila, Thamires Firmino de Souza, destacou a gravidade do crime de injúria racial e a necessidade de combatê-lo de maneira eficaz. Ela enfatizou que Keila tinha provas substanciais, uma vez que gravou todo o incidente, o que pode ser crucial para a investigação legal em curso.
Em entrevista, Keila afirmou que buscará seus direitos na justiça e que, como uma pessoa negra, está ciente das formas camufladas de preconceito racial que persistem na sociedade. Este incidente serve como um lembrete da necessidade contínua de enfrentar o racismo e de responsabilizar aqueles que o promovem.
Fonte: Folha Regional
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