Moradores da zona rural de Passos têm enfrentado um problema recorrente: o acúmulo de lixo em caçambas instaladas pela prefeitura.
A situação, segundo os relatos, já ultrapassou o limite da convivência aceitável, com resíduos se espalhando pelas entradas de propriedades e às margens de estradas vicinais. Diante das denúncias, o Ministério Público de Minas Gerais abriu um procedimento administrativo para apurar a atuação da administração municipal e cobrar providências.
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As caçambas foram colocadas em pontos estratégicos do meio rural para facilitar o descarte de resíduos por produtores e moradores. No entanto, segundo os próprios residentes, os equipamentos estão sendo usados de forma irregular por pessoas de outras regiões da cidade, e até mesmo por empresas. O resultado é a sobrecarga dos recipientes, que acabam recebendo de tudo: lixo doméstico, entulho, móveis velhos, pneus, vasos sanitários e até animais mortos.
Na BR-146, o produtor rural Tássio Roberto da Silveira descreve a situação como “caótica”. Ele relata que, mesmo após as limpezas periódicas, o acúmulo de lixo volta rapidamente. “Aqui foi limpado no sábado, e olha a situação que está na entrada da minha casa”, disse. Segundo ele, em algumas ocasiões o lixo chegou a permanecer no local por mais de 20 dias, agravando problemas de higiene e mau cheiro.
Outro ponto crítico está na saída para Fortaleza de Minas, nas proximidades da Vila São José. Lá, mesmo com a presença de câmeras de segurança, o descarte irregular continua. A comerciante Lorena Carvalho Silva Guardiano afirma que a situação já trouxe prejuízos.
Em resposta às reclamações, o Ministério Público notificou a Prefeitura de Passos, exigindo a apresentação de medidas emergenciais e de um plano de ação a médio prazo para resolver o problema. De acordo com o promotor de Justiça Paulo Frank Pinto Júnior, a apuração não tem prazo para ser concluída e dependerá das respostas e iniciativas da administração municipal.
Em nota, a Prefeitura reconheceu que as caçambas estão sendo utilizadas de forma inadequada e informou que a limpeza é realizada semanalmente em cada ponto de descarte. Segundo a administração, cerca de 700 toneladas de resíduos são recolhidas por mês e encaminhadas ao aterro sanitário. A prefeitura também afirmou que avalia novas formas de fiscalização e campanhas de conscientização.
Enquanto isso, moradores da zona rural aguardam soluções concretas e mais efetivas.
Fonte: G1
