Dois réus condenados pelo Tribunal do Júri no caso conhecido como “Máfia dos Transplantes” foram presos nesta terça-feira, 17 de setembro, após decisão judicial.
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O crime, que ocorreu em Poços de Caldas, no Sul de Minas, em 2000, teve como vítima o menino Paulo Veronesi Pavesi, de apenas 10 anos.
Os médicos J.L.G. da S. e J.L.B. foram condenados a 28 anos de prisão em 2021, mas aguardavam em liberdade devido a uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Após a confirmação da sentença pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e a rejeição de embargos, a Justiça determinou o cumprimento imediato das penas, baseando-se em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite a execução da sentença após condenação no Tribunal do Júri.
Um terceiro réu, A.I., foi condenado a 21 anos e oito meses por seu envolvimento no esquema, atuando como coordenador de uma central clandestina de transplantes no Sul de Minas. Ele foi responsável por atestar falsamente a morte encefálica de Paulo Pavesi, o que permitiu a retirada ilegal de seus órgãos. No entanto, ele cumpre a pena em prisão domiciliar, após decisão do STJ.
O caso Pavesi
Em 19 de abril de 2000, Paulo Veronesi Pavesi sofreu uma queda no playground do prédio onde morava e foi levado para o pronto-socorro do Hospital Pedro Sanches. Posteriormente, foi transferido para a Santa Casa de Poços de Caldas, onde teve seus órgãos retirados após um diagnóstico de morte encefálica, que, conforme as investigações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), foi forjado pelos médicos envolvidos.
Os condenados precipitaram a morte de Paulo para utilizar seus órgãos em outros pacientes, revelando um esquema ilegal de transplantes que violava protocolos médicos e éticos.